Dica do Profissional: Você conhece os efeitos da vitamina D na prática de esportes?
Por Dr. Henrique Pinheiro, médico do esporte do IME
A vitamina D é um hormônio esteroide que regula vários processos celulares, não só nos ossos, mas também nos rins, intestinos, células do sistema imunológico, glândulas endócrinas, músculos, pele, cérebro e fígado, o que determina uma ampla interação entre a vitamina D e os diferentes sistemas. Novos estudos mostram sua importância em algumas desordens autoimunes, metabólicas e inflamatórias e relação com diversas doenças.
A deficiência de vitamina D é muito prevalente atualmente, independente da faixa etária ou condição de saúde das pessoas. A principal fonte de vitamina D no organismo é a síntese nas células da derme e da epiderme através de efeitos da radiação ultravioleta tipo B (UVB), sendo a alimentação fonte alternativa. Estão relacionados com os níveis de vitamina D: exposição solar, dieta, pigmentação da pele, uso de protetor solar, gordura corporal e localização geográfica.
A importância da vitamina D para o esporte de rendimento ainda é pouco conhecida entre os profissionais que trabalham com atletas. A fraqueza e a dor musculoesquelética podem ser sintomas de deficiência de vitamina D que muitas vezes são esquecidos. Nesta população, a Vitamina D é fundamental para a manutenção da saúde e está relacionada com o treinamento físico e o desempenho. Ela mantém a contração muscular adequada, aumenta o pico de consumo de oxigênio, o número e o tamanho das fibras musculares tipo II e a captação de aminoácidos no músculo, resultando em incremento de força, velocidade e potência. Sugere-se que o pico de performance ocorra quando o nível de vitamina D está mais alto em relação aos valores de referência geralmente usados.
A vitamina D tem sido reconhecida como importante moduladora da inflamação e da imunidade, auxiliando na proteção contra infecções respiratórias e intestinais (comuns nos atletas e esportistas). Também é de grande ajuda na redução da expressão de citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa (FNT-α) e interleucina-6 (IL-6), aumentados no pós-exercício e que podem estar relacionadas com a síndrome de overtraining. Trabalhos mostram redução de lesões por sobre uso e fraturas de estresse em atletas com 25(OH)D nos níveis superiores. Alguns autores sugerem que a deficiência de vitamina D possa contribuir para o aumento da gordura corporal além da redução da massa muscular, por alterar os níveis de paratormônio.
A vitamina D não pode ser usada sem prescrição médica, pois antes disso o seu nível no organismo precisa ver verificado. Nestes casos, o uso indiscriminado pode levar à toxicidade. Consulte seu médico se você tem indicação de realizar este exame, e siga as orientações dele no caso de necessidade de reposição. Recomendamos que as pessoas se beneficiem dos efeitos do sol nos horários adequados e com a devida proteção de acordo com as recomendações dos seus dermatologistas.