• Saúde Intestinal e Rendimento Esportivo

    Saúde Intestinal e Rendimento Esportivo

    A frase ‘somos o que comemos’ deve ser muito familiar, não?! Escutamos várias vezes de médicos e nutricionistas que tudo aquilo que você ingere irá interferir no seu organismo. Mas, você já se questionou que, se somos o que comemos, o destino final do que ingerimos, deve ser analisado?!
     
    No meu trabalho diário, sempre questiono aos meus pacientes sobre o hábito intestinal, o tipo de fezes, a ocorrência de gases e flatulências. Muitos acabam se constrangendo. Mas, você aí do outro lado deve estar se perguntando, do por quê um artigo sobre o hábito intestinal. Abaixo vão todas as minhas justificativas...
     
    A microbiota está diretamente relacionada com a nutrição, fisiologia e regulação do sistema imune. Temos três tipos de bactérias predominantes, as probióticas, comensais e patogênicas. As bactérias probióticas exercem papel benéfico em nossa saúde e compreendem um percentual baixo da nossa microbiota, entre 11 e 13%. Já as comensais, compreendem maior parte das bactérias  podendo ter ações que promovem o equilíbrio ou o desequilíbrio das funções do trato gastrointestinal (TGI) e por último as patogênicas. Elas estão em menor quantidade no TGI, porém quando existe a oportunidade, se proliferam e podem lesionar a mucosa causando doenças.
     
    Por isso é importante pararmos alguns segundos para analisar o tipo de fezes e como está o hábito intestinal. Alguns devem estar pensando, que nojo! Pois bem, é necessário... Grave bem o que estou escrevendo: se o hábito intestinal não estiver adequado, de nada adianta consumir um monte de suplementos, pois isso pode gerar o crescimento de bactérias ruins no intestino, ou seja, o suplemento ao invés de te ajudar, vai piorar a sua situação.
     
    Muitos estudos recentes, tem relacionado a flora intestinal com o desempenho esportivo, ganho de peso, alergias, inflamações e até depressão. Só para vocês terem noção, uma das melhores revistas científicas, a Nature já tem inúmeras publicações sobre o assunto.
     
    Para analisar a sua saúde através das fezes, em 1997, o Dr. Ken Heaton criou uma escala que define o tipo de fezes com o tempo em que elas permanecem no cólon, local em que as bactérias estão mais presentes.
     
    Tipo 1: fezes rígidas em pequenas bolinhas, como o cocô de cabritos. Pode ser a característica de uma disbiose, ou seja, desbalanço da flora intestinal, muito grave, possivelmente relacionada com uma inflamação no intestino. Existe uma reabsorção grande de água e está fortemente relacionada com a constipação, que é a dificuldade em evacuar.
     
    Tipo 2: o tipo 2 tem uma condição muito parecida com a do tipo 1, porém, menos grave. Muito comum em pessoas que sofrem da síndrome do intestino irritado.
     
    Tipo 3: esse tipo de fezes já pode ser considerado normal, porém, revela um princípio de desregulação nos processos intestinais. Ainda pode causar incômodo na hora de evacuar.
     
    Tipo 4: fezes adequadas! Típica daquelas pessoas que vão ao banheiro todos os dias e não tem problemas ao evacuar.
     
    Tipo 5: fezes quase adequadas, pois são eliminadas de maneira fácil. São comuns para aquelas pessoas que vão ao banheiro de 2 a 3 vezes ao dia.
     
    Tipo 6: esse tipo representa um princípio de problema intestinal. Fezes difíceis de limpar com papel. Estão diretamente relacionadas com o aumento de pressão sanguínea e estresse.
     
    Tipo 7: Diarreia. Fezes totalmente líquidas que causam desidratação e muita dor de barriga. Relacionada com viroses e também presente em muitas crianças que ainda não tem a flora intestinal totalmente formada.
     
    Mas quais os cuidados nutricionais que devemos ter para melhorar o hábito intestinal? É importante incluirmos fibras, boa ingestão de água, alimentos prebióticos e probióticos.
     
    Os alimentos prebióticos são:

    •       Biomassa de banana verde;
    •       Batata Yacon;
    •       Chicória;
    •       Alho Poró;
    •       Alho;
    •       Bananas;
    •       Cebola;
    •       Tomate;
    •       Beterraba;
    •       Aspargos;
    •       Alcachofra;
    •       Aveia;

    E os probióticos devem ser usados em forma de suplementação para melhorar a ação. Portanto, se você é atleta amador ou profissional, avalie o hábito intestinal junto ao seu nutricionista, pois você pode ter grandes melhoras de performance a partir do momento em que absorver  melhor os nutrientes e isso somente vai acontecer quando a sua saúde intestinal estiver 100%.
     
    NutriCoach Esportiva Denise Entrudo – CRN2 10043
    Pós Graduada em Nutrição Esportiva e Treinamento Físico – UNISINOS
    Pós Graduanda em Nutrição Funcional – VP Consultoria Nutricional
    Doutoranda e Mestre em Ciências Médicas – UFRGS
    Especialista no atendimento de atletas e praticantes de exercício com o foco no endurance.