Aplicações clínicas do exercício físico
Por Henrique Pinheiro, médico do esporte do IME
Sabemos que manter-se fisicamente ativo é um fator protetor, em relação a mortalidade e o risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, o exercício físico deve ser encarado também nos consultórios médicos como um item de prescrição obrigatória no tratamento de diversas patologias. Ele melhora a capacidade funcional, melhora as atividades da vida diária, pode diminuir dose de medicações e auxilia no controle de fatores de risco associados.
Devemos sempre lembrar, na anamnese, de estimar o nível atual de atividade física e de fazer um recordatório das atividades passadas. Verificar empecilhos, crenças que mantém o sedentarismo, problemas já enfrentados, como falta de tempo, cansaço, surgimento de lesões, e buscar soluções no novo tratamento.
O incentivo ao estilo de vida ativo deve ser sempre enfatizado, relembrando ao paciente os benefícios já bem estabelecidos. Muitos pacientes irão se beneficiar de uma prescrição propriamente dita, assim como se faz com remédios, contendo número de sessões semanais e com os componentes das sessões, bem como possíveis restrições e particularidades dos seus treinos.
As doenças crônicas não devem ser empecilhos à realização de exercícios, mas ao contrário, o exercício deve fazer parte do seu tratamento. As lesões musculoesqueléticas já tratadas, e as desordens crônicas do aparelho locomotor da mesma maneira não podem justificar um longo período de sedentarismo. No caso de dores ou lesões atuais, um período de tratamento com fisioterapia deve ser estimulado, somente, ou intercalado com os treinos aeróbicos ou até mesmo de academia. O estabelecimento de metas também tem se mostrado eficaz e promove melhor adesão dos pacientes.