Gordura faz MAL à saúde?

Por Fernanda R. da Luz, nutricionista do IME
 
Ao contrário do que muitos pensam, a gordura oriunda do azeite, castanhas, nozes, peixes e abacate possui inúmeros beneficios à saúde, como por exemplo, ajuda a manter níveis corretos de colesterol, reduzindo o “colesterol ruim” (LDL) e aumentando o “colesterol bom” (HDL), bem como a reduzir o nível de triglicerídeos e o risco de doenças cardíacas.

Um novo estudo randomizado - publicado no The Lancet Diabetes and Endocrinology com 7.500 indivíduos -  evidenciou que uma dieta mediterrânea, a longo prazo, rica em vegetais e gordura (azeite de oliva e oleaginosas) não leva ao aumento de peso e da circunferência abdominal em comparação com uma dieta com restrição de gorduras.

A crença de que a gordura faz mal à saúde e leva ao aumento de peso fez, por décadas, que as pessoas evitassem o seu consumo. Como consequência disso, houve o aumento da fabricação de alimentos com baixo teor de gordura, porém sem valor nutritivo e em geral ricos em açúcar e outros carboidratos; o que contribuiu para o o aumento da epidemia da obesidade. É claro que a gordura TRANS, adicionada aos produtos industrializados para melhorar seu aspecto e consitência, deve ser sempre evitada. Nosso organismo não reconhece este tipo de gordura, que então fica armazenada no nosso corpo trazendo diversos malefícios à saúde como obesidade abdominal, processos inflamatórios e aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Os novos estudos dão suporte a não restringir a ingestão de gorduras saudáveis para a manutenção do peso corporal. Devemos abandonar o mito de que o menor teor de gordura e produtos de baixas calorias levam ao menor ganho de peso.

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